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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Chuva... castigo divino?

Historicamente, políticos e eleitores acreditam que as condições do tempo acabam sim desempenhando um papel importante nos índices de abstenção. Alguns chegam a teorizar que o baixo comparecimento de eleitores ajudaria um partido ou outro no pleito em nível nacional. Agora, existe alguma evidência ou estudo que realmente comprove que sol e chuva podem ajudar ou prejudicar os partidos? Pelo menos um estudo tentou desvendar a questão. No trabalho intitulado "O Efeito do Mau Tempo na Abstenção e Votações Partidárias nas Eleições Presidenciais de 1948 a 2000" ("The Effect of Bad Weather on Voter Turnout and Partisan Vote Share in U.S. Presidential Elections, 1948-2000"), um professor de Ciências Políticas da Universidade da Geórgia comparou os dados do tempo nos Estados Unidos com os índices de abstenção nas eleições presidenciais. O estudo do pesquisador Brad Gomez será publicado no próximo ano no Journal of Politics sob o título "Os Republicanos Deveriam Rezar por Chuva: Abstenção pelo Tempo e Votações em Eleições Presidenciais" ("The Republicans Should Pray for Rain: Weather Turnout and Voting in U.S. Presidential Elections").
O estudo demonstra o que já se suspeitava. Mau tempo, de fato, afasta eleitores dos locais de votação. O estudo chega a definir um percentual local de abstenção de 1% para cada 25 milímetros de chuva. Conforme o trabalho, más condições atmosféricas tendem a afastar eleitores idosos e aqueles votantes menos comprometidos com as propostas de um candidato ou partido.
O estudo indica ainda que a chuva prejudica mais os partidos de esquerda que os de direita ao indicar que cada polegada de chuva (25 milímetros) reduz o comparecimento destes em menos de 1% e daqueles na casa de 2,5%.
Conforme a pesquisa, eventuais tempestades em parte dos Estados Unidos poderiam ter mudado os rumos da eleição presidencial norte-americana de 1960. "Se tivesse chovido forte no Nordeste e Meio-Oeste do país, Richard Nixon teria sido eleito e não John Kennedy", disseram os professores da Universidade da Geórgia. Há muito tempo os estrategistas de campanha já sabiam que o mau tempo afetava mais os democratas que os republicanos, mas até agora não tinham nenhum estado que amparasse a suspeita.
Por que os democratas seriam os mais afetados pelo mau tempo? Os especialistas acreditam que a resposta está na demografia norte-americana. Os eleitores de partidos de esquerdas tendem a ser mais pobres que os de direita, logo muitos não possuem automóveis para o deslocamento até os locais de votação. Estes eleitores, diz a pesquisa, optariam por permanecer em casa em dias de chuva. Outra explicação sugerida é que os esquerdistas apresentariam um maior número de "votos periféricos", o que a ciência política norte-americana classifica como eleitores menos interessados em política e que, desta forma, se sentiriam menos obrigados com a votação.
No Acre e principalmente na região do Alto Juruá, muitos políticos estão se queixando devido às condições meteorológicas do dia 3 de outubro de 2010. Será que São Pedro é situação (esquerda) ou oposição (direita)? A culpa é do Santo ou da goteira em cima da comida: din-din-din-din-din... dong! Ou será que do medo da balsa não encalhar?
O que é realidade mesmo, desde à esquina do Tiro-ao-Alvo até os botecos da Lagoa é que a população é quem sofre em dia de chuva! Deslizamentos, enchentes e atoleiros em ramais. Podemos dizer que os problemas que a chuva traz acabam refletindo em saúde, educação, cultura, segurança e agora... nas eleições. Será que as propostas dos nossos candidatos eleitos ou de segundo turno serão: Construção de moradias para os favelados e marginalizados; melhoria da drenagem pluvial e esgoto; transporte público digno e de qualidade; melhoria dos ramais para escoamento da produção agrícola ou será pra melhor escoamento da população no dia das eleições? O asfalto foi prometido. E promessa é dívida!
Mas parece que não parou o sossego dos marqueteiros e políticos. Será que o vento vai mudar?
A abstenção no segundo turno tende a ser maior que a registrada em 3 de outubro, o que pode influenciar o resultado da eleição presidencial.
Dois fatores contribuem para isso: a data do segundo turno, 31 de outubro, no meio de um feriado prolongado — dia do servidor público (fantasma das repartições públicas), em 28 de outubro, e Finados, em 2 de novembro — e o número recorde de estados (18) onde já foram escolhidos os governadores na primeira votação.
No primeiro turno, a abstenção foi de 18,12%.
Não terão segundo turno para governador os oito maiores colégios eleitorais — São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e Ceará —, o que deve contribuir para a desmobilização do eleitor.
O exemplo das últimas eleições municipais do Rio ilustram o impacto do feriado nas votações. Em 2008, o governador Sérgio Cabral (PMDB) antecipou o dia do servidor e, com isso, a abstenção no segundo turno foi de 20,25%, recorde na cidade - bem acima da abstenção do primeiro turno, de 17,91%.
Esse crescimento foi maior que a variação natural de um ponto percentual entre a primeira e a segunda votações.
As campanhas terão que dar atenção ao fato do segundo turno ser realizado às vésperas de um feriado nacional geral e, logo em seguida, a um feriado especifico para o funcionalismo público, 28 de outubro, dia do servidor público. Com seis dias potenciais de feriado, pode não ser desprezível uma campanha pela participação e ação de militância para convencimento da importância do voto.
Só falta chover! Quem [viver] vir ver... votará e verá!!!

Aliás... vocês anotaram ou gravaram as propostas dos seus candidatos? Vamos começar a cobrar no dia 01/01/2011!!! Vai que os ventos mudem de direção!!!

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