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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Corrupção na política: eleitor vítima ou cúmplice?

     O IBOPE, em 2006, liberou uma pesquisa polêmica acerca da opinião do eleitor brasileiro sobre corrupção e ética. As conclusões, antecipo, revelam algo alarmante: todo povo tem os governantes que merece. Temos, nos representando no Congresso Nacional e nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores representantes legítimos do povo brasileiro. Apesar de ter sido publicada em 2006, não foi suficientemente debatida ou comentada. 
A pesquisa foi feita para tentar entender se os problemas éticos enfrentados pela sociedade brasileira são realmente concentrados nas elites detentoras do poder ou se existe uma conduta que se propaga em todas camadas da sociedade. 
Os resultados mostraram que 69% dos eleitores brasileiros já transgrediram alguma lei ou ou descumpriram alguma regra contratual de forma consciente e intencional para adquirir ganhos materiais, sendo que 75% afirmaram que cometeriam algum dos 13 atos de corrupção avaliados pelo estudo se tivessem oportunidade. Ainda, 99% dos entrevistados disseram que conhecem alguém que já realizou algum dos atos mencionados a seguir:

1. Quando tem oportunidade, tenta dar uma "caixinha" ou "gorjeta" para se livrar de uma mult;
2. Sonega impostos;
3. Recebe benefícios do governo, sabendo que não tem direito a eles;
4. Adquire documentos falsos ou falsifica documentos para obter algum tipo de vantagem (exemplo: identidade, carteira de motorista, carteirinha de estudante, diploma etc);
5. Quando tem uma oportunidade, pede mais de um recibo por um mesmo procedimento médico para obter mais reembolso do plano de saúde;
6. Compra produtos que copiam os originais de marcas famosas sabendo que são piratas ou falsificados
7. Quando tem uma oportunidade, faz ligação clandestina ou "gato" de TV a cabo, ou seja, aproveita a instalação do vizinho
8. Quando tem uma oportunidade, faz ligação clandestina ou "gato" de água ou luz
9. Se tem chance, pega ou consome produtos em padarias, supermercados ou outros estabelecimentos comerciais sem pagar;
10. Apresenta atestados médicos falsos no trabalho ou na escola;
11. Se tem seguro de carro ou de qualquer outro tipo, quando tem uma oportunidade, frauda o seguro;
12. Compra algo sabendo que é roubado;
13. Falsifica atestado de saúde ou apresenta atestado de saúde falsificado para conseguir aposentadoria precoce (...).
 
A segunda parte da pesquisa verificou que a maioria dos eleitores brasileiros tolera algum tipo de corrupção de seus governantes e afirmou que ele mesmo, na posição do eleito exerceria algum tipo de corrupção. Os atos avaliados foram os seguintes:

1. Escolher familiares ou pessoas conhecidas para cargos de confiança;
2. Mudar de partido em troca de dinheiro ou cargo/emprego para familiares/pessoas conhecidas;
3. Contratar, sem licitação, empresas de familiares para prestação de serviços públicos;
4. Pagar despesas pessoais não autorizadas (como compras no cartão de crédito ou combustível) com dinheiro público;
5. Aproveitar viagens oficiais para lazer próprio e de familiares;
6. Desviar recursos das áreas de saúde e educação para utilizar em outras áreas;
7. Aceitar gratificações ou comissões para escolher uma empresa que prestará serviços ou venderá produtos ao governo;
8. Usar "caixa 2" em campanhas eleitorais;
9. Superfaturar obras públicas e desviar o dinheiro para a campanha eleitoral do político;
10. Superfaturar obras públicas e desviar o dinheiro para o patrimônio pessoal/familiar do político;
11. Deputado ou Senador receber dinheiro de empresas privadas para fazer e/ou aprovar leis que as beneficiem;
12. O político contratar "funcionários fantasmas", ou seja, pessoas que recebem salários do poder público sem trabalhar e ele ficar com esse dinheir;
13. Trocar o voto a favor do governo por um cargo para familiar ou amigo.
 
Pela pesquisa, 59% dos entrevistados aceitaria a escolha de familiares ou pessoas conhecidas para cargos de confiança e 43% admitem que se aproveite viagens oficiais para lazer próprio e de familiares.
 
Os resultados falam por si só. E agora José, pra onde correr?
 

Para ver os dados completos da pesquisa, clique aqui

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